As 10 principais regras no mundo do trabalho e o seu uso indevido
Regras são acordos de conduta que servem para nortear ou mesmo limitar as ações em alguma forma de convivência. No jogo, as regras nos indicam o que podemos ou não fazer, esclarecendo, entre outras coisas, os seus objetivos determinados e punições devidas, caso as regras sejam quebradas.
A depender da forma como são utilizadas ou criadas, podem ora dar segurança e facilitar as relações entre as pessoas no jogo social, ora desencadear desentendimentos e constrangimentos.
Regras arbitrárias que não identificam ou representam a maioria das pessoas, podendo ser são mal vistas e prontamente questionadas. Regras confusas ou complexas geram desentendimentos e acabam não sendo cumpridas. Regras negligentes desconsideram a relevância de alguns fatores da realidade ou representam apenas interesses restritos de um grupo. Regras ausentes abrem espaço para o caos e instabilidade, pois tudo será permitido e nada será cobrado, daí surgem as desigualdades.
Por tudo dito anteriormente, consideramos que uma regra essencialmente eficaz é aquela que obedece aos critérios da clareza, coerência e consistência; de maneira a poder informar sem ambiguidade, estar em um nível socialmente aceito e compartilhável e, ter uma acessibilidade permanente, onde todos as seguem cumprindo o seu papel.
Aplicadas ao contexto organizacional, percebemos a sua crucial importância no bom funcionamento dos processos e relações de trabalho. Para que uma empresa funcione de maneira eficiente, é importante que haja clareza e objetividade nas expectativas em relação aos seus colaboradores. A seguir, apresentaremos as 10 regras que são indispensáveis de serem esclarecidas aos funcionários e monitoradas constantemente:
1 – Uso do uniforme: quando houver, explicitar em um documento específico sua forma de uso, bem como as situações em que seu uso é ou não obrigatório. Caso não haja esta obrigatoriedade, faz-se necessário a elaboração de um código de conduta em relação às vestimentas condizentes com aquele ambiente de trabalho.
2 – Instruções para utilização de máquinas e equipamentos: Dependendo do segmento da empresa, como em caso de indústrias, é indispensável a presença de instruções sobre o manuseio de máquinas e equipamentos, evitando falhas de segurança ou possíveis acidentes de trabalho. Neste caso, o colaborador torna-se ciente de como deve ser sua conduta na utilização desses equipamentos.
3 – Código de conduta para utilização de tecnologias: É preciso que o colaborador entenda a seriedade e responsabilidade com que deve utilizar certos equipamentos, se conscientizando sobre a ética no mundo virtual, no caso de computadores; ou sobre infrações de trânsito no caso da utilização de veículos. O colaborador precisa estar ciente de que não pode denegrir a imagem da empresa e nem descuidar do patrimônio que está sob sua responsabilidade.
4 – Respeito com superiores e colegas de trabalho: Desde o primeiro dia, o colaborador precisa entender a hierarquia da empresa e ter conhecimento de que a mesma preza por respeito com os superiores e colegas de trabalho a fim de que o ambiente seja agradável para todos, evitando possíveis conflitos e facilitando a gestão de pessoas.
5 – Normas sobre faltas e atrasos e condições para abono dessas faltas: Para evitar conflitos em relação a horários (principalmente em empresas nas quais os funcionários possuem horários diferentes), faz-se necessário estabelecer regras em relação às faltas e atrasos, deixando claro as em quais condições estas faltas serão abonadas e em quais situações o funcionário precisará compensar as horas perdidas.
6 – Utilização dos benefícios concedidos: Empresas que oferecem benefícios como auxílios ou gratificações, precisam estabelecer as regras gerais que concederão estes benefícios. Assim, ninguém se sentirá lesado. Por exemplo, é preciso explicitar que o colaborar só tem direito a Auxílio Educação após um ano de trabalho, ou então, qual a porcentagem ou instituições em que este auxílio será concedido.
7 – Cultura organizacional da empresa, ou os valores esperados em seus funcionários: Assim como é fundamental expressar respeito em relação aos superiores e colegas de trabalho, o Código de Conduta também serve para demonstrar os valores condizentes com a empresa em questão. Ou seja, ética, honestidade e pontualidade, por exemplo. Neste caso, a empresa não tolerará comportamentos que não estejam alinhados à essas normas.
8 – Punições previstas: As punições previstas em caso de faltas leves ou graves, precisam ser estipuladas para que não hajam falhas na comunicação. Desta maneira, quando o funcionário infringir alguma regra ou norma, ele saberá que haverá consequência, o que torna o ambiente de trabalho mais organizado e respeitoso.
9 – Licenças previstas: O Regimento Interno também precisa tratar das licenças previstas em contrato. Por exemplo, as licenças previstas em lei: como licença maternidade, licença paternidade, licença por motivos de doença, etc. Além disso, a empresa também pode citar licenças que ela concede, como: licença para fazer mestrado, faculdade, entre outras.
10 – Procedimento para recebimento de salário, férias, etc: No Regimento Interno, e também no contrato de trabalho, é preciso esclarecer os procedimentos para recebimento do salário, descrevendo as formas de pagamento e outros pormenores. Além disso, o colaborador precisa estar ciente dos procedimentos e formas para pedido de concessão de férias, por exemplo.
Se o colaborador está ciente de todas as normas e regras vigentes e a organização, o trabalho tende a ser mais proveitoso e eficiente. Uma das causas de fracasso mais comuns em uma empresa é a má gestão das regras e consequentemente das pessoas . Caso haja dificuldades, um diagnóstico organizacional pode ser útil, tanto para identificar problemas quanto para propor soluções.
Guilherme Bernardes
Assessor de Criação e Mídias da RH Consultoria Júnior – UFMG